(ALBERT EINSTEIN - 2017) Violncia sade Mauro Gomes Aranha de Lima Jornal do Cremesp, agosto de 2016 O aumento da violncia contra mdicos e enfermeiros finalmente passou a ser encarado como questo de Estado. Graas s denncias do Cremesp [Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo] e do Coren-SP [Conselho Regional de Enfermagem de So Paulo], a Secretaria de Segurana Pblica de So Paulo (SSP-SP) mantm agora um grupo de trabalho que se debrua na busca de solues para o problema. Em recente reunio, o secretrio adjunto da SSP-SP, Srgio Sobrane, comprometeu-se a tomar providncias. A Secretaria de Sade (SES-SP) tambm participou dos debates que culminaram com proposta do Cremesp e do Coren de um protocolo para orientar profissionais da Sade a lidar com situaes em que o usurio/familiar se mostre agressivo ou ameaador. Simultaneamente, a SSP-SP preparar um piloto de interveno baseado em registros de ameaas ou de truculncia na Capital. Se bem sucedido, ser multiplicado ao restante do Estado. So medidas oportunas e as levaremos em frente. Contudo, tal empenho no ser o bastante. A violncia emerge de razes profundas: governos negligenciam a sade dos cidados, motivo pelo qual a rede pblica padece de graves problemas no acesso ou continuidade da ateno; hospitais sucateados e sob o contingenciamento de leitos e servios; postos de sade e Estratgia Sade da Famlia com equipes incompletas para a efetivao de metas integrativas biopsicossociais. O brasileiro contribuinte assduo e pontual, arca com uma das mais altas tributaes do mundo, e, em demandas por sade, o que recebe o caos e a indiferena. Resignam-se, muitos. Todavia, h os que no suportam a indignidade. Sentem-se humilhados. Reagem, exaltam-se. Eis que chegamos ao extremo. Em pesquisa encomendada pelo Cremesp, em 2015, com amostra de 617mdicos, 64% tomaram conhecimento ou foram vtimas de violncia. Ouvimos tambm os pacientes: 41%dos entrevistados atriburam a razo das agresses a problemas como demora para serem atendidos, estresse, muitos pacientes para poucos mdicos, consultas rpidas e superficiais. Ser mdico condio e escolha. Escolhemos a compreenso cientfica do mecanismo humano, revertida em benefcio do ser que sofre. Vocao, chamado, desafio, e o apelo da dor em outrem, a nos exigirem flego, serenidade e dedicao. Estamos todos, mdicos e pacientes, em situao. H que se cultivar entre ns uma cultura de paz. E um compromisso mtuo de tarefas mnimas. Aos pacientes, cabe-lhes o cultivo de uma percepo mais refletida de que, em meio precariedade posta por governos cnicos, o Estado no o mdico. Este apenas o servidor visvel, por detrs do qual est aquele que se omite. Aos mdicos, a compreenso de que os pacientes, alm de suas enfermidades, sofrem injustias e agravos sociais. A tolerncia no exatamente um dom, uma graa, ou natural pendor. esforo deliberado, marco estrutural do processo civilizador. Tarefas e esforos compartilhados: a soluo da violncia est mais dentro do que fora de ns. In: Jornal do Cremesp. rgo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. N 339, agosto 2016. [Adaptado] Ao longo do texto, esto evidenciados elementos de coeso textual. Assinale a alternativa que apresenta a relao de sentido por eles estabelecida, de acordo com a ordem em que se apresentam.
(ALBERT EINSTEIN - 2017) Violncia sade Mauro Gomes Aranha de Lima Jornal do Cremesp, agosto de 2016 O aumento da violncia contra mdicos e enfermeiros finalmente passou a ser encarado como questo de Estado. Graas s denncias do Cremesp [Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo] e do Coren-SP [Conselho Regional de Enfermagem de So Paulo], a Secretaria de Segurana Pblica de So Paulo (SSP-SP) mantm agora um grupo de trabalho que se debrua na busca de solues para o problema. Em recente reunio, o secretrio adjunto da SSP-SP, Srgio Sobrane, comprometeu-se a tomar providncias. A Secretaria de Sade (SES-SP) tambm participou dos debates que culminaram com proposta do Cremesp e do Coren de um protocolo para orientar profissionais da Sade a lidar com situaes em que o usurio/familiar se mostre agressivo ou ameaador. Simultaneamente, a SSP-SP preparar um piloto de interveno baseado em registros de ameaas ou de truculncia na Capital. Se bem sucedido, ser multiplicado ao restante do Estado. So medidas oportunas e as levaremos em frente. Contudo, tal empenho no ser o bastante. A violncia emerge de razes profundas: governos negligenciam a sade dos cidados, motivo pelo qual a rede pblica padece de graves problemas no acesso ou continuidade da ateno; hospitais sucateados e sob o contingenciamento de leitos e servios; postos de sade e Estratgia Sade da Famlia com equipes incompletas para a efetivao de metas integrativas biopsicossociais. O brasileiro contribuinte assduo e pontual, arca com uma das mais altas tributaes do mundo, e, em demandas por sade, o que recebe o caos e a indiferena. Resignam-se, muitos. Todavia, h os que no suportam a indignidade. Sentem-se humilhados. Reagem, exaltam-se. Eis que chegamos ao extremo. Em pesquisa encomendada pelo Cremesp, em 2015, com amostra de 617mdicos, 64% tomaram conhecimento ou foram vtimas de violncia. Ouvimos tambm os pacientes: 41%dos entrevistados atriburam a razo das agresses a problemas como demora para serem atendidos, estresse, muitos pacientes para poucos mdicos, consultas rpidas e superficiais. Ser mdico condio e escolha. Escolhemos a compreenso cientfica do mecanismo humano, revertida em benefcio do ser que sofre. Vocao, chamado, desafio, e o apelo da dor em outrem, a nos exigirem flego, serenidade e dedicao. Estamos todos, mdicos e pacientes, em situao. H que se cultivar entre ns uma cultura de paz. E um compromisso mtuo de tarefas mnimas. Aos pacientes, cabe-lhes o cultivo de uma percepo mais refletida de que, em meio precariedade posta por governos cnicos, o Estado no o mdico. Este apenas o servidor visvel, por detrs do qual est aquele que se omite. Aos mdicos, a compreenso de que os pacientes, alm de suas enfermidades, sofrem injustias e agravos sociais. A tolerncia no exatamente um dom, uma graa, ou natural pendor. esforo deliberado, marco estrutural do processo civilizador. Tarefas e esforos compartilhados: a soluo da violncia est mais dentro do que fora de ns. In: Jornal do Cremesp. rgo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. N 339, agosto 2016. [Adaptado] Como texto argumentativo que , o editorial Violncia Sade tem como tese